É Bem Feliz
É bem feliz por certo, o que somente
Ao rústico lavor acostumado
Conduzir sabe os bois, reger o arado,
E dar à terra a provida semente.
A arte de a lavrar sempre inocente
Estuda só, e ignora afortunado
As novas leis, as máximas de Estado,
E os documentos de enganar a gente.
Projectos vãos não forma, e sempre isento
Da soberba ambição, nunca a Lisboa
Foi dobrar o joelho ao valimento.
Cabana humilde, onde nasceu, povoa;
E seguro no próprio abatimento,
Só tem medo do Céu, quando trovoa.
Abade de Jazente, in 'Antologia Poética
NOTA: O QUE VER POR AQUI
Desconhecia o Abade de Jazente.
ResponderEliminarBoa tarde, dona no.
Eu, conheci-o ontem, na procura de terras com poetas, que o contrário é garantido :)
EliminarBoa tarde, sô António, gosto em senti-lo por aqui.