A minha mulata
O sol recolhera seus raios de luz
a noite chegara de estrelas despida
e a lua bailava na fímbria do mar
largando feitiço p’ra me conquistar.
Calaram-se grilos, râs e cigarras
e o vento me trouxe o cheiro a loengo
carambola, múcua, tambarindo e maboque.
Soaram marimbas,hungus e batuques
vibraram palmeiras, coqueiros, e eu
me entrego e balanço ao som da batida
me envolvo na dança me deixo levar.
Bebo marufo que Zefa me deu
acendo um cigarro, atiço o olhar
e as ancas da negra me fazem sonhar.
Bebi da cabaça esperando por ela
por minha mulata meu fruto silvestre...
e a meio da noite mulata chegou
lábios pitangas maduras e frescas
corpo gazela de rabo de leque
olhos luzindo promessas de amor
e seios fazendo tilim tilintar
as contas bonitas dos balangandãs.
A noite aqueceu, o ritmo cresceu
e minha mulata remexeu remexeu...
e minha mulata requebrou requebrou
a noite inteirinha comigo dançou.
A poeira do chão... dona noite comeu!
O nosso suor... senhor vento levou!
Mas nossa paixão no terreiro ficou
no auge da dança o desejo cresceu
e no mexe e remexe o pecado chegou.
E quando o som do batuque
manhã cedo morreu...
o vento buliu com as mulembeiras...
o sol acordou as cantigas das aves
e no chão, estendida, a esteira acolheu,
(mistura de manga, goiaba e caju),
o seu cheiro e o meu...
a minha mulata...aiué... aiué...
minha bela mulata
me agarrou e beijou
e na sua cubata
aiué...aiué...
seu corpo me deu.
Albertino Galvão
a noite chegara de estrelas despida
e a lua bailava na fímbria do mar
largando feitiço p’ra me conquistar.
Calaram-se grilos, râs e cigarras
e o vento me trouxe o cheiro a loengo
carambola, múcua, tambarindo e maboque.
Soaram marimbas,hungus e batuques
vibraram palmeiras, coqueiros, e eu
me entrego e balanço ao som da batida
me envolvo na dança me deixo levar.
Bebo marufo que Zefa me deu
acendo um cigarro, atiço o olhar
e as ancas da negra me fazem sonhar.
Bebi da cabaça esperando por ela
por minha mulata meu fruto silvestre...
e a meio da noite mulata chegou
lábios pitangas maduras e frescas
corpo gazela de rabo de leque
olhos luzindo promessas de amor
e seios fazendo tilim tilintar
as contas bonitas dos balangandãs.
A noite aqueceu, o ritmo cresceu
e minha mulata remexeu remexeu...
e minha mulata requebrou requebrou
a noite inteirinha comigo dançou.
A poeira do chão... dona noite comeu!
O nosso suor... senhor vento levou!
Mas nossa paixão no terreiro ficou
no auge da dança o desejo cresceu
e no mexe e remexe o pecado chegou.
E quando o som do batuque
manhã cedo morreu...
o vento buliu com as mulembeiras...
o sol acordou as cantigas das aves
e no chão, estendida, a esteira acolheu,
(mistura de manga, goiaba e caju),
o seu cheiro e o meu...
a minha mulata...aiué... aiué...
minha bela mulata
me agarrou e beijou
e na sua cubata
aiué...aiué...
seu corpo me deu.
Albertino Galvão
Um excelente trabalho.
ResponderEliminarTal como outros que vi publicados anteriormente.
Noname, continuação de boa semana.
Beijo.
Obrigada :)
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ResponderEliminarEste não deveria ter sido o primeiro post desta rubrica?
Eu lembro-me de ter comentado um sobre o Porto, lá mais para trás... o que quer dizer que já estou bastante atrasada nas minhas leituras :/
Nunca vi Luanda com os meus olhos mas o que conheço de fotografia, especialmente as imagens da sua bacia enorme voltada para o Atlântico, enche-nos a alma!
Beijinhos clarinhos
(^^)
Luanda será, na minha vida, a minha terceira terra, ainda assim, a que me arrebatou, tornando-me branca de alma negra, no bom sentido da palavra. Ainda hei-de encontrar algo, sobre a minha segunda terra :-)
ResponderEliminarAbraço retalhado, como a manta